Publicado em: 23 de maio de 2025
Na manhã do dia 13 de fevereiro de 2025, um visitante inesperado causou alvoroço na Ilha do Meio, em Piúma, no Sul do Espírito Santo. Um jovem elefante-marinho foi flagrado por um salva-vidas da Praia do Gambá enquanto descansava sobre as rochas da ilha. Em questão de minutos, a equipe do Instituto ORCA foi acionada e se deslocou para acompanhar de perto a passagem do animal. (Mais informações)
Segundo o bólogo e diretor-executivo do Instituto ORCA, Dr. Lupércio Barbosa, trata-se de um macho jovem, com no máximo três anos de idade. "Essas visitas são comuns no litoral brasileiro. Eles costumam fazer pequenas paradas para descansar durante suas longas viagens pelo mar", explicou Barbosa em entrevista à imprensa local. (Mais informações).
O animal permaneceu por cerca de cinco horas na Ilha do Meio. Durante esse período, a equipe do Instituto ORCA realizou o monitoramento remoto do local, respeitando o espaço e evitando qualquer interferência no comportamento natural do elefante-marinho. Como a ilha é isolada e de difícil acesso, não houve necessidade de isolar a área.
A conduta é sempre orientada pelas diretrizes do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BC), com o qual o Instituto ORCA atua em parceria. Em situações como essa, a recomendação principal à população é: mantenha distância e evite barulhos ou tentativas de aproximação. "Não é comum, mas é natural. Eles são migratórios e precisam descansar. O melhor que podemos fazer é deixá-los tranquilos", reforça Barbosa. (Mais informações).
O elefante-marinho é a maior espécie de foca do planeta e pode atingir mais de quatro metros de comprimento e pesar até 3.500 kg. Apesar de raros no Brasil, avistamentos esporádicos já foram registrados em vários pontos da costa atlântica sul-americana. Trata-se de um animal que habita regiões frias e temperadas, especialmente no Hemisfério Sul, mas que ocasionalmente realiza longas viagens em busca de alimento ou descanso.
O registro em Piúma é, portanto, um evento raro e valioso para a ciência e para a sensibilização ambiental da população capixaba.
Esse tipo de aparição também reforça a importância de manter uma rede ativa de monitoramento e educação ambiental no litoral capixaba. A presença de grandes mamíferos marinhos em pontos como Piúma sinaliza que nossos ecossistemas costeiros fazem parte de rotas migratórias internacionais. Cuidar deles é cuidar de uma herança global .
Se você encontrar um animal marinho encalhado ou descansando na costa, siga as orientações do Instituto ORCA:
A natureza é cheia de surpresas. E cada encontro com ela é uma chance de aprender e proteger.